O século XIX me fascina! Tão perto e tão longe.
É muito comum se deparar com prédios e monumentos construídos nos oitocentos, é mais evidente do que com os erguidos nos séculos anteriores. Mesmo para aqueles que moram nas antigas cidades do circuito do ouro, o século XIX se faz presente. De tempos em tempos, nós deparamos com datas comemorativas de momentos/fatos ou de personalidades do XIX eleitas para compor o calendário nacional e que são rememoradas anualmente, contra poucas outras de períodos anteriores. Enfim, tão perto pois nós depararmos com inúmeros vestígios daquele tempo. Em muitos casos reunidos em lugares de memória. Nossos acervos! Por outro lado, tão longe, talvez por ser o universo do outro, do estranho. Aquele que não é mais, mas que ainda reside neste tempo.
Quando estudante caminhava por ruas e visitava arquivos e bibliotecas cujo século XIX gritava, mas eu não o via e nem o ouvia. Estava movido por outros objetivos. Eu não o havia percebido. Mas foi numa tarde, quando olhava para as estantes do arquivo do Instituto Histórico de Piracicaba alguma coisa me chamou a atenção. Parecia um grupo de livros com encadernação muito semelhante. Todo numerado! Peguei uma escada para alcançar os primeiros volumes que estavam no alto e comecei a manusear o material. Eram na realidade revistas, publicadas no século XIX pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). (baixar aqui!) Fascinante! Naquele momento, entre relatos de povos indígenas e relatos de incursões pelo interior do Brasil realizados por portugueses no século XVIII, interessei-me por um artigo: Juízo sobre a História do Brasil publicado em Pariz pelo Dr. Francisco Solano Constancio. Ele deu rumo as minhas pesquisas que vieram a se constituir numa dissertação.
Eu já havia conhecido um pouco do IHGB. Durante a graduação passei por um texto de Manuel Luis Salgado Guimarães sobre aquela instituição, publicado no primeiro número da revista Estudos Históricos. (leia aqui!) Naquela época dei a importância que um aluno de graduação dá as suas tarefas de formação. Mas quando me encontrei com aquela estante ocupada por uma coleção de revistas do instituto! Vislumbre! Aquela coleção de documentos me seduziu e o século XIX passou a fazer parte do meu oficio.
Bem, de início será desse conjunto de revistas que minhas pesquisas irão partir, e é claro serão pautadas pelo trabalho que já tenho por pronto, pelo menos devidamente concluído e entregue. Ou melhor, vou (re)visitar meu primeiro conjunto de fontes e passar os olhos pela minha dissertação, adormecida por quase dois anos.
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